sábado, 25 de fevereiro de 2012

Geração de conformados.

Estamos ficando pra trás. É a velha mania mundana de evitar a evolução. Nada se cria, tudo se copia. A moda volta, a música volta, o que era velho e tosco há uns anos atrás retorna repaginado, reconstruído, reciclado. É vintage, é chique. Mas a gente continua olhando as fotos e se achando feio. Por quê? Uma hora volta mesmo. E ninguém inventa algo inovador, ninguém se preocupa se nos acostumamos com as coisas velhas e remontadas.
Não sou ante reciclagem, nós temos mais é que separar o lixo e ver o que ainda presta...
O que quero dizer é que ninguém transforma o lixo em ideia. Seres pensantes, é disso que estou falando. Gente capaz de criar suas próprias teorias. O mundo está vazio de ideias, criatividade, imaginação? As crianças estão precoces demais pra criar um novo faz de conta, se alimentam daquele das suas avós. Elas dizem: Quando você vinha com a farinha eu voltava com o pão. Damos motivo todos os dias para as pessoas dizerem que já conhecem nossas ideias e fazemos igual a todo o resto da humanidade. Fazemos as mesmas coisas todos os dias. A velha rotina. Conformados. Se eu pudesse nomear a nossa geração seria esse o nome: Geração de conformados. Conformamo-nos com as coisas velhas, com o modo como somos tratados como lixo, nos conformamos com a desigualdade em nossa volta, com hábitos pré-históricos, ideologias medievais e cruéis e ninguém se importa e somos todos felizes. Felizes my ass.
Acordamos, discutimos coisas banais, vemos notícias no jornais, lamentamos pela morte de pessoas que não conhecemos e é só isso. Lamentação. De lamentação em lamentação ficamos estagnados olhando a ruína mundana de camarote e lamentando, lamentando.
Se chorar enchesse barriga, se chorar te levantasse da cama e te desse disposição pra fazer alguma coisa por você mesmo e pelas pessoas, moradores de rua teriam banquetes e pessoas comuns seriam mais prestativas, bondosas e o mundo não teria problemas.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Instinto de sobrevivência


Sentei no fundo da piscina, olhei em volta, testei a minha capacidade de ficar de baixo d’água o máximo que conseguisse. Não lembro quanto tempo fiquei por lá, aquela altura eu nem pensava em respirar, esqueci. Acho que criei brânquias. Afinal, ninguém pensa em respirar quando tem tanto azul em volta, pensa? Bom, eu não. Eu só sentei agarrada a escada que estava em cima da minha cabeça, segurei firme, porque por algum motivo que a Física explica alguma coisa na água queria que eu flutuasse. Eu não queria flutuar, queria ficar ali, sentada até achar uma razão pros meus impulsos, pros meus surtos, ou até que meu organismo implorasse por oxigênio. Estúpida. Meus impulsos de novo. “Sente no fundo da piscina e só saia quando achar algo que me explique, vá”, e eu fiz. E lá estava eu, sentada no fundo da piscina, olhando pra tanto azul, pra tanta água, pros meus pés. “Você precisa de ar, vá agora pra cima". Preciso aprender a lidar comigo, com minhas atitudes impensadas, minhas vontades inexplicáveis. Pelo menos ainda tenho instinto de sobrevivência.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Na alegria e na tristeza.


Então... Vou te contar... Você é meu destino.
É, aham, isso mesmo. Entendeu ?
Antes de te conhecer eu sabia que iria e procurei em casa canto, em cada pescoço da rua e ficava imaginando “Hey, espera, é ele”. Mas nunca foi rs
Ai, um belo dia, quando eu estava distraída andando pelo mundo sem pensar no futuro, você apareceu. Não, eu não te amo. O que é o mais engraçado de tudo... Saber que eu vou te amar e que nós faremos planos juntos. Oh meu Deus! Planos... Sempre fui péssima em fazer planos, por isso estou deixando desde já por sua conta, ta? Deixo por sua conta também me trazer pra terra quando eu começar a viajar demais, mas deixa por minha conta te fazer feliz a cada nascer do sol. Eu vou. Juro, se você prometer eu prometo. Olha que engraçado, você nem sabe disso... Você nem sabe que vai querer se casar comigo, vai pedir pra eu ser a mãe dos seus filhos. Gente, imagine só... Eu mãe. Pois é, você vai querer tudo isso, comigo. Você vai me amar, eu também vou te amar, seu lindo. Vou amar seus olhos. Nossos filhos provavelmente serão lindos e terão seus olhos, amém. Filhos, de novo não. Um dia, mas não gosto de falar disso agora.

Mas é a verdade, você é meu. Não é ainda, mas será. Eu estou tentando processar isso na minha cabeça, afinal, eu nem te conheço direito.
Só te peço pra cuidar de mim, todos os dias, na alegria e na tristeza, pra me fazer feliz. Me faça querer dizer sim todos os dias pra todas as aventuras que você me propuser. Sim, sim, sim. Se for assim eu digo sim. Sim pra tudo o que esse mundo preparou pra gente. Então vem e me prova que eu estou apostando certo, me prova que é você e me deixa descobrir tudo o que eu ainda não sei, tudo o que não me disseram e deixaram cair no mistério.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Bom dia.


Você f*deu com o sistema, com a configuração, trollou a porcaria do meu coração e fugiu. Assim, lindo e belo e cheiroso como só você consegue ser. Fugiu. E eu fique sentada no canto da rua, esperando alguém me dar na cara e falar que era verdade, que você tinha ido embora de verdade. E foi. Sem me dar um bom dia, sem fechar a cortina pra eu não acordar com o sol na cara quando percebesse que você não estava lá, sem deixar um bilhete de “não me ligue nunca mais” pra não me deixar sem entender por que você não atendia o celular.
Porque uma hora você estava. Estava em cada cômodo de mim, habitando com seu Feng Shui, concertando o que estava errado, permitindo planos, certezas.
Você era minha verdade. Nem que mentisse... Mas dissesse alguma coisa.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Vem

Vem. Aqui você sabe que pode se esconder do mundo, sabe que eu não vou sair daqui. Quando você vem sempre estou aqui de qualquer maneira... Eu sempre fico no mesmo lugar, te esperando, esperando que você precise do meu abraço que não acha em lugar nenhum, precisando do meu beijo, que você diz que é o melhor, mas não assume como seu.
É seu e ele sente a sua falta. Meus braços querem saber por que a decisão final é sempre sua?
Você acorda de manhã, olha pros lados, se sente sozinho, me liga e eu digo “vem”.
Você vem mesmo e eu te recebo de braços abertos, louca pra te tocar. Minha pele que já não se lembrava desse toque, dessa sensação única, da textura, de cada pelinho do seu braço... Estava com saudades. Eu só gostaria de saber por que a decisão final é sempre sua?
A gente se sacaneia o tempo todo, por isso você diz que é amizade. Só queria saber por que é a mim que você procura quando não tem ninguém pra fazer gracinhas. ­

– “Porque gosto de fazer gracinhas com você ” – você diz.

E eu sou só sua amiga. Que quando você quer está te esperando, sentada nessa cama pra te fazer um carinho na nuca, sentir essa sua barba que faz tanta falta, que está aqui pra rir das suas semgrassises , pra te dar um colo, dizer umas coisas bonitas e fechar a porta esperando o dia em que você vai resolver voltar com essa carinha de cão solitário. Por que você sempre volta e a decisão final é sempre sua? Talvez porque eu precise disso também, da nossa estupidez nada romântica, da nossa amizade extrapolada, do seu carinho, da calma que tem com as palavras, comigo, com a minha sensibilidade.

– Não chora, minha flor. Um dia você vai ver que assim é melhor.

Assim como a escova de dentes que você deixou no banheiro pra quando você resolver voltar, isso tudo aqui é seu. Até a minha cozinha fica mais feliz quando você vem e faz suas comidas naturebas

– Deixa que eu cuido de você.

Eu só me pergunto por que eu aguento isso tudo tão calada? Por que eu estou sempre sentada nessa cama te esperando? Meu cérebro não reage negativamente aos seus impulsos repentinos, às suas decisões no fim de tarde, o que deveria porque eu sou tua e você não é meu, mas acho que ele interpreta de outra forma. Até porque a decisão final é sempre sua mesmo.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Outra pessoa.


No momento a única coisa que eu peço a mim mesma é que eu, por favor, consiga se menos patética. Porque tem muita coisa por aí e eu aqui de mimimi com a vida como se tivesse tempo pra isso, como se alguém fosse se importar com o fato de eu estar na transição de uma crise existencial para uma emocional. Perai, como se eu tivesse saco pra me aguentar. Já não basta ter que me aguentar na TPM, perai, perai. Ano que vem vou cursar cinema na faculdade com uma cabeça de ervilha? Eca, odeio ervilha. Não dá, vão me engolir viva. Serei engolida pela UFF. Amém, assim seja. Melhor ser engolida pela faculdade do que pelo tédio.

A grande novidade é que nem eu me aguento mais. Nem eu aguento mais minhas chatices pra selecionar pessoas, nem essa mania de pensar em como vou morrer se ainda estou nascendo. Ninguém aguenta, nem meus santos. Se eu pudesse pedir alguma coisa nesse momento seria autocontrole. Queria controlar minhas atitudes, meu jeito, minhas vontades. Quando vi já falei, quando pensei já senti, quando senti já agi. Isso está errado. Como é isso, agora? Eu não me mando? Eu nem sei que queria escrever isso... Acho que tem outra pessoa morando dentro de mim.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

To caçando tu.

Hoje eu esperei uma ligação. É, eu esperei, pode rir.
Acho que é porque eu ando sozinha e pensar sozinha é tão chato. Bom ter você pra pensar comigo às vezes. Senti falta de pensar contigo hoje. Por onde você anda? Desistiu né?
Daquela história toda... Da nossa resenha estúpida.
Por favor, não leve a mal, é que a tpm me invade, a carência sobre a qual a gente já conversou algumas vezes. Sou pisciana, isso acaba comigo. Maldito sentimentalismo. Maldita mania de precisar de ombro amigo. Precisava do seu ombro... Falta um lugar pra deitar a cabeça e deixar as ideias rolares em paz. Na verdade, acho que nada ta rolando pela minha cabeça hoje, só o fato de você sumir. É, você sumiu... Queria saber onde você está... Acho que é só isso mesmo.

Eu to meio down e você não ta me ouvindo.. Isso que ta me incomodando. To mal acostumada... Ninguém mandou me dar moral.
Quer a verdade? Eu queria ficar nesse frio contigo. É, eu sempre espero você falar "Estou indo praí." Isso não acontece... A gente não tem nada... Ta certo então. Mas poxa, é só carência.
E quando eu mais queria aquela risada engraçada pra dar nenhum sentido pro meu dia, você some. Não some mais, ta? Porque eu ia te chamar pra deitar aqui do lado, contar as estrelas do teto, fazer cosquinhas, qualquer coisa, e aí você sumiu... Assim... De repente.
Vê se avisa: " Ó, hoje eu vou sumir, não pira. "
Porque ai eu não piro, é um sumiço avisado. Mas você não fala, não aparece, não da um bom dia e eu fico totalmente tonta caçando qualquer coisa sem nexo por aí, quando na verdade eu to caçando tu. To caçando tu. Quero conversar, vem.