Sentei no fundo da piscina, olhei em volta, testei a minha capacidade de ficar de baixo d’água o máximo que conseguisse. Não lembro quanto tempo fiquei por lá, aquela altura eu nem pensava em respirar, esqueci. Acho que criei brânquias. Afinal, ninguém pensa em respirar quando tem tanto azul em volta, pensa? Bom, eu não. Eu só sentei agarrada a escada que estava em cima da minha cabeça, segurei firme, porque por algum motivo que a Física explica alguma coisa na água queria que eu flutuasse. Eu não queria flutuar, queria ficar ali, sentada até achar uma razão pros meus impulsos, pros meus surtos, ou até que meu organismo implorasse por oxigênio. Estúpida. Meus impulsos de novo. “Sente no fundo da piscina e só saia quando achar algo que me explique, vá”, e eu fiz. E lá estava eu, sentada no fundo da piscina, olhando pra tanto azul, pra tanta água, pros meus pés. “Você precisa de ar, vá agora pra cima". Preciso aprender a lidar comigo, com minhas atitudes impensadas, minhas vontades inexplicáveis. Pelo menos ainda tenho instinto de sobrevivência.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Instinto de sobrevivência
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