Conto-te os últimos fatos para entenderes que as pequenas sensações vêm aflorando em mim, o que é bom, graças a ti. Por horas longas do dia voltei a conversar comigo mesma, em pensamento, nas ruas e a questionar coisas sem importância. Repito como um mantra incessante frases que me vem à cabeça, que espero te contar um dia e me obrigo a não chorar.
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Jabuticaba
Conto-te os últimos fatos para entenderes que as pequenas sensações vêm aflorando em mim, o que é bom, graças a ti. Por horas longas do dia voltei a conversar comigo mesma, em pensamento, nas ruas e a questionar coisas sem importância. Repito como um mantra incessante frases que me vem à cabeça, que espero te contar um dia e me obrigo a não chorar.
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Dois dias
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
domingo, 12 de agosto de 2012
De baixo.
Lembro dos bilhetes na televisão que você deixava antes de dormir
“Quando acordar, me acorde”
Eu te cutucava quietinha, pisando devagarinho no chão do quarto, com cuidado pra minha mãe não acordar mal humorada. Vocês eram músicos e cansados, mesmo assim você levantava feliz, me dava um beijo. Fazia alguma coisa pra eu comer e eu me sentia importante.
Os bilhetes colados na televisão ficaram na minha memória pra sempre. Se eu fechar os olhos, ainda os vejo de baixo, do ângulo que criança bem pequena vê o mundo, do ângulo que eu gostava de ver seu rosto e também de pegar a sua mão na altura da minha cabeça, de sentir se eu “cainho” e ficar “pipiada”. De lá pra cá sou assim, sou carente. Você plantou em mim a carência e pra sempre me faz falta tudo aquilo, toda aquela atenção.
A verdade é que não vejo mais as coisas de baixo, não tenho mais o cainho do meu pai pra dormir e ai de mim acordar alguém tão cedo pedindo café, mas as coisas mudam não é? Se não mudassem a vida não faria sentido. Às vezes eu penso se são as tristezas que fazem da vida algo real, se a saudade que constrói a nossa base e resistência, mas logo vem a felicidade pra nos lembrar de que não estamos tão sós assim, logo vem você pra me lembrar que não me esqueceu.
E a gente chora, lamenta, se sente de mãos atadas e eu me sinto mais velha. O nó na garganta que me aperta toda a vez que sinto vontade de gritar, de dar uma de maluca mesmo pra ver se alivia, pra ver se a saudade vai embora quando a gente grita com ela, pra ver se eu cresço de uma vez e deixo a porcaria das lembranças da infância de lado. Mas a verdade é que eu nunca vou esquecer o meu paizinho e que eu vou sempre lembrar com carinho de todas aquelas cenas que não vão embora e me fazem chorar de pura vontade de reviver e que mesmo que eu não tenha que olhar pra cima pra olhar pra ti, te olhe de frente, bem dentro dos meus olhos a imagem que eu tenho e que eu vou guardar é a do meu pai que eu via de baixo.
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Morangos
Que aquele céu no auge da raiva resolveu acabar com o nosso domingo.
Tão poucos eram os domingos juntos, antes de você resolver abandonar todo mundo por aqui e seguir seus sonhos. Não julgo abandono, julgo liberdade. Como pôde ser livre sem mim? Como pôde ser livre sem avisar? E agora o que serão dos nossos domingos? O que vai ser de ti sem a tua Cecília nos domingos? O que vai ser de ti, meu amigo? Meu amor.
Sabe que estou contigo, apesar de me deixar aqui, sentada nas escadas na esperança de que volte. Sei que foi sem culpa, sem medo, de coração aberto, sem saber que ainda te espero e que estarei aqui aos domingos, na esperança de que volte.
Porque se livrou dos domingos e foi ser livre?
Pra mim liberdade era sentir o vento nos cabelos enquanto me rodava.
Eu era bailarina, era tua amiga, tua Cecília. Agora sou a esperança. Espero morrer logo.
Guardei sua camisa preferida. Está lavada, passada, dobrada e cheia de saudade.
Às vezes chora e me conta que até ela foi deixada para trás, as vezes se sente enganada, usada. Ou nem tanto. Eu um pouco, talvez.
Dei pra picar tudo o que vejo pela frente. Eu faço a comida e pico, pico tudo em tamanhos mínimos, quase vira sopa. Passei a descontar meu nervosismo nas coisas e nas comidas.
Outro dia picava um pouco de morangos, – Pensei: posso morrer de saudade, mas os morangos, estes ficaram – e lembrei que de como fazia uma maçaroca horrorosa com açúcar, mel e tudo o que tira o gosto da fruta de verdade e dizia: acho tão bonito seu amor e o valor que você dá para as pequenas coisas.
Dei valor às pequenas coisas, dei valor às mínimas impossíveis, dei valor pra você, pra sua camisa, pros seus morangos. Joguei os morangos pela janela para que fossem livres também, pena que não serão livres com você, assim como eu.
sexta-feira, 13 de julho de 2012
segunda-feira, 9 de julho de 2012
Tentar
Amor.
terça-feira, 3 de julho de 2012
.
Quero a arte de uma vida tranquila.
Os sons da natureza ignorando a tolice dos homens.
Os livros, os balanços na rede, as estrelas nos olhos, a sensibilidade das palavras, de ouvir, de sentir de novo as cores sutis.
Como um poeta que vive em sua obra, que cuida, que molda.
Viver do que dá alegria, das coisas mais simples, do cheiro do café, da percepção das texturas. Os abraços apertados nos fins de tarde, hei de aproveitá-los, talvez. Talvez o cheiro da chuva enquanto ouço música, dançando sozinha em um espaço enorme dentro de mim.
As histórias que se criam na ponta de um lápis, na finura de um papel, traçando destinos de personagens marcados, de olhos marcados por uma dor que não existe, por uma paixão transcendental entre os corpos, corpos ao meu comando, eu brincando de Deus.
Ser o que é meu por direito, ser toda a sinceridade que há no mundo, no que amo cansar as mãos, beirando as noites que forem necessárias, com um sorriso no rosto, com lágrimas de realização.
A paz que chega de repente e preenche os pulmões com tudo que há de bom, como se nada pudesse perturbar.
Ver que a turbulência passou.
Olho em volta, passou.
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Nada a ver com corações
Explica-se agora todas as teorias do universo, todas as músicas lindas escritas por pessoas que dedicam suas vidas em busca da razão, tão maior que os corações – nada a ver com corações. Mas a ausência aperta tudo, dói tudo, é puro drama. – maior que as palavras que se perdem na beleza do sentir.
São as linhas das minhas mãos entrelaçadas nas linhas do teu destino. Me pergunto da forma mais absurda se me mantenho em pé porque respiras, se respiras porque me mantenho em pé, se sorrio para não te ver chorar ou se choras por não me ver sorrir. Quem veio a mim e na consequência dos dias tomou o espaço que o ar deveria ocupar, quem se apodera agora dos espaços de tempo em que o silêncio me lembra o nosso, em que os olhos aprendem a falar, em que as mãos deslizam no rosto e a respiração na nuca arrepia os pelos.
Vi em ti o motivo que precisava para ser feliz, tudo o que procurei cegamente por todos esses anos, por toda a incerteza, insegurança. Tu és a mais exata das contas de Deus.
terça-feira, 15 de maio de 2012
É, eu preciso dizer...
Fiquei te olhando dormir pela fresta porta, naquele dia de manhã quando o céu estava nublado, o mundo lá fora caindo, mas eu estava a salvo, porque meu mundo estava ali, dormindo, quietinho, esperando eu voltar pra me abraçar e dar sentindo a tudo novamente.
Dá vontade de deitar do seu lado só pra ficar te observando, beijando seu pescoço, sentindo seu cheiro e cada pedacinho de você.
Aquele momento que a gente deita calado... Eu te respiro e seus olhos me dizem o que as palavras não são capazes, o que as pessoas não são capazes.
Toca na minha cabeça aquela música calma do Cazuza que sempre foi o meu conceito de paz. Paz é isso.., Você e a música do Cazuza, a gente e os lençóis e a vida lá fora que não faz nenhum sentido, que não tem mais importância. É, eu preciso dizer que te amo. Eu só preciso disso, o tempo todo.
Não acorda porque eu acho que to sonhando o mesmo sonho que você. Se for assim, abre um espacinho aí do lado que a gente vai sonhar pra sempre.
Eu Preciso Dizer Que Te Amo - Cazuza, Dé & Bebel Gilberto by Bebel Gilberto
quarta-feira, 25 de abril de 2012
quinta-feira, 19 de abril de 2012
(...) Nossos filhos, nossa casa, nós dois.

Mas custa pra admitir.

refaço


retrocesso.
Eu ainda sinto sua ausência, eu ainda
sinto você nos meus braços.

Pois mesmo sóbrio, me entrego fácil. Mas custa pra admitir.

Sozinhos.
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Perdoa.
Perdoa, por favor. Isso é medo de início, do “não ser” que ela sonhou, do não poder estar aí quando a certeza ressurgir, quando a verdade se fundir e a beleza habitar. Habitante do coração da moça, vai que ela arrumou sua cama, preparou um café e te espera com os erros que nunca poderá se desfazer, mas que deixaria por você, então deixa ela tentar.
Porque a razão disto ser é a única coisa que ela sabe, então perdoa a arrogância desse amor predestinado, que ela promete esquecer o passado e construir um agora completo e mais real, porque tem que ser verdade, se não for a gente inventa, eu invento pra vocês.
Não deixa essa história se perder nos defeitos de uma moça que encontrou o único motivo para ser alguém melhor, melhor só pra você.
sábado, 24 de março de 2012
Deveria te contar.
segunda-feira, 19 de março de 2012
Infinito de nós.

É uma dimensão entre raiva, saudade e paz, como se nunca tivéssemos existido, mas como se antes de haver um "nós", antes de mim, já houvesse um você pra mim, tão meu. Em algum lugar.
Antes de ti milhões de músicas procuravam efeitos. E eis que surge no vácuo uma nota, um pequeno detalhe não conhecido, me toca, desbancando qualquer lei da física dos corações.
Enquanto abria os olhos para o mundo e reconhecia os cheiros, os gostos, você ralava os joelhos se sujando na terra e aprendia que cair dói, cair de amor também. Quando eu via um inseto e analisava suas pernas minúsculas você inventava que era um gigante maior que o infinito, infinito da nossa essência não descoberta, mas que se faz mais real do que a vida quando nos encontramos.
Quando enfim nascemos.
Naquele dia estávamos nós, nascendo um do outro, um pelo outro, provenientes de um amor que não teve um começo, mas esteve à espera tardia do primeiro passo, para iniciar e invadir de cores e formas a nossa parede branca que revestia os corações de nada.
sábado, 17 de março de 2012
Bem ou Mal
por chegar, abrir a porta e
ir embora sem me avisar
Bem ou mal eu te agradeço
por me ajudar o tempo todo
sem me pedir nada depois
Bem ou mal eu te agradeço
por entrar na minha vida
fazer planos e deixar pra lá
Bem ou mal eu te agradeço
por tentar sorrir
e por não me odiar
Perdoa os meus erros tão banais
você merece, outras pessoas mais normais
Espera o tempo
que ele resolve isso pra ti
você encontrará alguém
melhor pra te fazer sentir
Que bem ou mal eu te agradeço
por vir aqui nessa chuva
trazer uma flor
Bem ou mal eu te agradeço
por aceitar que o universo
é seu amigo e vai te ajudar
Bem ou mal eu te agradeço
por aceitar que eu sou chata
e não pedir pra eu mudar
Bem ou mal eu te agradeço
pelo tempo que eu perdi
mas que você não deixou escapar
Enterro todas as mágoas que eu deixei
Enterra aquele verso que eu te dei
Porque são esses que eu fiz pra agradecer
Tudo o que eu aprendi
e que passei com você."
terça-feira, 13 de março de 2012
Tantas histórias.

Então... Hoje, vamos todos lembrar de nossas vidas. Qual a sua lembrança mais antiga? Quantos momentos você voltaria se pudesse? Do que você sente saudade? Quais as pessoas pelas quais lutaria se pudesse, mas o tempo carregou?
Se encontraram suas respostas, estou aqui para lembrar de uma parcela da população esquecida. Os idosos são as pessoas mais incríveis desse mundo. Sim, estou afirmando.
Carregam nos olhos as lembranças mais antigas que podem se lembrar, na pele a certeza de que o tempo passa e não é um conceito abstrato, nas mãos muitos anos de trabalho , no coração amores perdidos, arrependimentos, lições, na cabeça a sabedoria que a vida, as experiências e os tempos de ócio permitiram refletir. Uma verdadeira prova histórica de acontecimentos que não presenciamos. São donos das melhores histórias, – tendo eles mesmos como protagonistas – dos melhores conselhos. São a certeza de que rugas e cabelos brancos não capazes de esconder os mais belos corações.
Então a morte vem e leva consigo mais uma história, uma mente cheia de ideias e opiniões mal aproveitadas, que queriam ser ouvidas, só ouvidas. A verdade é que poucos ouvem. Poucos se importam com a infância que eles tiveram, com o casamento precoce, com tudo o que deixaram para trás, com os medos vencidos, as grandes conquistas, até aquelas conquistas simples como conseguir se manter vivo apesar de uma doença grave. Quando eles se calam para sempre, milhões de ouvidos tristes imploram por ouvi-los: “Volte, Volte!”. Mais uma vida passou e deixou a saudade dos ingratos arrependidos por não darem a devida atenção.
– Olha minha filha, como eu era bonita na sua idade.
– Era mesmo vó, você era linda.
Sempre tão fortes.
– Minha mãe morreu quando eu ainda era nova, desde então eu e meus irmãos passamos a cuidar de nós mesmos, todos pais e mães dos mais novos. Certeza do amor é isso minha filha.
Sempre arrumando um meio para a felicidade.
– Na minha época, durante a páscoa, minha mãe não tinha dinheiro para comprar ovos para tantos filhos, então, pegávamos os ovos da galinha mesmo, eu e minha mãe, pintávamos num dia que todos os irmãos estivessem fora e durante a tarde colocávamos envoltos por travesseiros e gritávamos felizes : “Olha só, o coelho da páscoa não esqueceu da gente”
Sempre, até o fim.
– Estou doente, sinto por não poder mais correr atrás de você como fazia minha neta, por não respirar um ar tão puro, por não te dar mais tanta atenção, mas eu te juro que nunca vou te deixar, mesmo depois de ir eu to contigo.
– Eu sei vó, mas não fala mais disso, eu te amo.
Não esperem que as histórias se vão para quererem ouvi-las.
segunda-feira, 12 de março de 2012
O que você diria se eu dissesse.

terça-feira, 6 de março de 2012
Tudo certo

Não queria que fosse mais um texto contando suas qualidades e porque eu estou totalmente boba com tudo o que está acontecendo, ou o quanto isso é ótimo.
O pior de tudo é que eu escolhi uma terça feira de céu nublado, no meu tempo de descanso das intensas horas de estudo, entre um biscoito porcaritos de queijo e outro para tentar arrancar qualquer poesia do que está acontecendo. É impossível manter uma estrutura poética quando você está estudando exatas, simplesmente não dá.
Sentei na cama com o computador no colo, olhei para a página em branco e decidi que não dava pra escrever qualquer coisa, porque acredite, você chegou na minha vida num período caótico, meio engraçado e de alguma forma eu meio que sinto que está tudo certo..
Você é legal, e eu adoro te qualificar assim, porque legal é simples e não necessita explicações, igual a gente. A gente é legal.
Um dia eu faço algo melhor, juro. É que entre um biscoito fedorento e outro eu comecei a pensar em você, sem forçar, e deu vontade de escrever.
Esse é teu. É derivado de um dia inteiro de contas, de tensão, de dúvidas, de surtos, mas é teu.
sábado, 25 de fevereiro de 2012
Geração de conformados.

Estamos ficando pra trás. É a velha mania mundana de evitar a evolução. Nada se cria, tudo se copia. A moda volta, a música volta, o que era velho e tosco há uns anos atrás retorna repaginado, reconstruído, reciclado. É vintage, é chique. Mas a gente continua olhando as fotos e se achando feio. Por quê? Uma hora volta mesmo. E ninguém inventa algo inovador, ninguém se preocupa se nos acostumamos com as coisas velhas e remontadas.
Não sou ante reciclagem, nós temos mais é que separar o lixo e ver o que ainda presta...
O que quero dizer é que ninguém transforma o lixo em ideia. Seres pensantes, é disso que estou falando. Gente capaz de criar suas próprias teorias. O mundo está vazio de ideias, criatividade, imaginação? As crianças estão precoces demais pra criar um novo faz de conta, se alimentam daquele das suas avós. Elas dizem: Quando você vinha com a farinha eu voltava com o pão. Damos motivo todos os dias para as pessoas dizerem que já conhecem nossas ideias e fazemos igual a todo o resto da humanidade. Fazemos as mesmas coisas todos os dias. A velha rotina. Conformados. Se eu pudesse nomear a nossa geração seria esse o nome: Geração de conformados. Conformamo-nos com as coisas velhas, com o modo como somos tratados como lixo, nos conformamos com a desigualdade em nossa volta, com hábitos pré-históricos, ideologias medievais e cruéis e ninguém se importa e somos todos felizes. Felizes my ass.
Acordamos, discutimos coisas banais, vemos notícias no jornais, lamentamos pela morte de pessoas que não conhecemos e é só isso. Lamentação. De lamentação em lamentação ficamos estagnados olhando a ruína mundana de camarote e lamentando, lamentando.
Se chorar enchesse barriga, se chorar te levantasse da cama e te desse disposição pra fazer alguma coisa por você mesmo e pelas pessoas, moradores de rua teriam banquetes e pessoas comuns seriam mais prestativas, bondosas e o mundo não teria problemas.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Instinto de sobrevivência

Sentei no fundo da piscina, olhei em volta, testei a minha capacidade de ficar de baixo d’água o máximo que conseguisse. Não lembro quanto tempo fiquei por lá, aquela altura eu nem pensava em respirar, esqueci. Acho que criei brânquias. Afinal, ninguém pensa em respirar quando tem tanto azul em volta, pensa? Bom, eu não. Eu só sentei agarrada a escada que estava em cima da minha cabeça, segurei firme, porque por algum motivo que a Física explica alguma coisa na água queria que eu flutuasse. Eu não queria flutuar, queria ficar ali, sentada até achar uma razão pros meus impulsos, pros meus surtos, ou até que meu organismo implorasse por oxigênio. Estúpida. Meus impulsos de novo. “Sente no fundo da piscina e só saia quando achar algo que me explique, vá”, e eu fiz. E lá estava eu, sentada no fundo da piscina, olhando pra tanto azul, pra tanta água, pros meus pés. “Você precisa de ar, vá agora pra cima". Preciso aprender a lidar comigo, com minhas atitudes impensadas, minhas vontades inexplicáveis. Pelo menos ainda tenho instinto de sobrevivência.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Na alegria e na tristeza.

Então... Vou te contar... Você é meu destino.
É, aham, isso mesmo. Entendeu né?
Antes de te conhecer eu sabia que iria e procurei em casa canto, em cada pescoço da rua e ficava imaginando “Hey, espera, é ele”. Mas nunca foi rs
Ai, um belo dia, quando eu estava distraída andando pelo mundo sem pensar no futuro, você apareceu. Não, eu não te amo. O que é o mais engraçado de tudo... Saber que eu vou te amar e que nós faremos planos juntos. Oh meu Deus! Planos... Sempre fui péssima em fazer planos, por isso estou deixando desde já por sua conta, ta? Deixo por sua conta também me trazer pra terra quando eu começar a viajar demais, mas deixa por minha conta te fazer feliz a cada nascer do sol. Eu vou. Juro, se você prometer eu prometo. Olha que engraçado, você nem sabe disso... Você nem sabe que vai querer se casar comigo, vai pedir pra eu ser a mãe dos seus filhos. Gente, imagine só... Eu mãe. Pois é, você vai querer tudo isso, comigo. Você vai me amar, eu também vou te amar, seu lindo. Vou amar seus olhos. Nossos filhos provavelmente serão lindos e terão seus olhos, amém. Filhos, de novo não. Um dia, mas não gosto de falar disso agora.
Mas é a verdade, você é meu. Não é ainda, mas será. Eu estou tentando processar isso na minha cabeça, afinal, eu nem te conheço direito.
Só te peço pra cuidar de mim, todos os dias, na alegria e na tristeza, pra me fazer feliz. Me faça querer dizer sim todos os dias pra todas as aventuras que você me propuser. Sim, sim, sim. Se for assim eu digo sim. Sim pra tudo o que esse mundo preparou pra gente. Então vem e me prova que eu estou apostando certo, me prova que é você e me deixa descobrir tudo o que eu ainda não sei, tudo o que não me disseram e deixaram cair no mistério.
sábado, 18 de fevereiro de 2012
Bom dia.

Você f*deu com o sistema, com a configuração, trollou a porcaria do meu coração e fugiu. Assim, lindo e belo e cheiroso como só você consegue ser. Fugiu. E eu fique sentada no canto da rua, esperando alguém me dar na cara e falar que era verdade, que você tinha ido embora de verdade. E foi. Sem me dar um bom dia, sem fechar a cortina pra eu não acordar com o sol na cara quando percebesse que você não estava lá, sem deixar um bilhete de “não me ligue nunca mais” pra não me deixar sem entender por que você não atendia o celular.
Porque uma hora você estava. Estava em cada cômodo de mim, habitando com seu Feng Shui, concertando o que estava errado, permitindo planos, certezas.
Você era minha verdade. Nem que mentisse... Mas dissesse alguma coisa.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Vem

Vem. Aqui você sabe que pode se esconder do mundo, sabe que eu não vou sair daqui. Quando você vem sempre estou aqui de qualquer maneira... Eu sempre fico no mesmo lugar, te esperando, esperando que você precise do meu abraço que não acha em lugar nenhum, precisando do meu beijo, que você diz que é o melhor, mas não assume como seu.
É seu e ele sente a sua falta. Meus braços querem saber por que a decisão final é sempre sua?
Você acorda de manhã, olha pros lados, se sente sozinho, me liga e eu digo “vem”.
Você vem mesmo e eu te recebo de braços abertos, louca pra te tocar. Minha pele que já não se lembrava desse toque, dessa sensação única, da textura, de cada pelinho do seu braço... Estava com saudades. Eu só gostaria de saber por que a decisão final é sempre sua?
A gente se sacaneia o tempo todo, por isso você diz que é amizade. Só queria saber por que é a mim que você procura quando não tem ninguém pra fazer gracinhas.
– “Porque gosto de fazer gracinhas com você ” – você diz.
E eu sou só sua amiga. Que quando você quer está te esperando, sentada nessa cama pra te fazer um carinho na nuca, sentir essa sua barba que faz tanta falta, que está aqui pra rir das suas semgrassises , pra te dar um colo, dizer umas coisas bonitas e fechar a porta esperando o dia em que você vai resolver voltar com essa carinha de cão solitário. Por que você sempre volta e a decisão final é sempre sua? Talvez porque eu precise disso também, da nossa estupidez nada romântica, da nossa amizade extrapolada, do seu carinho, da calma que tem com as palavras, comigo, com a minha sensibilidade.
– Não chora, minha flor. Um dia você vai ver que assim é melhor.
Assim como a escova de dentes que você deixou no banheiro pra quando você resolver voltar, isso tudo aqui é seu. Até a minha cozinha fica mais feliz quando você vem e faz suas comidas naturebas
– Deixa que eu cuido de você.
Eu só me pergunto por que eu aguento isso tudo tão calada? Por que eu estou sempre sentada nessa cama te esperando? Meu cérebro não reage negativamente aos seus impulsos repentinos, às suas decisões no fim de tarde, o que deveria porque eu sou tua e você não é meu, mas acho que ele interpreta de outra forma. Até porque a decisão final é sempre sua mesmo.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Outra pessoa.

No momento a única coisa que eu peço a mim mesma é que eu, por favor, consiga se menos patética. Porque tem muita coisa por aí e eu aqui de mimimi com a vida como se tivesse tempo pra isso, como se alguém fosse se importar com o fato de eu estar na transição de uma crise existencial para uma emocional. Perai, como se eu tivesse saco pra me aguentar. Já não basta ter que me aguentar na TPM, perai, perai. Ano que vem vou cursar cinema na faculdade com uma cabeça de ervilha? Eca, odeio ervilha. Não dá, vão me engolir viva. Serei engolida pela UFF. Amém, assim seja. Melhor ser engolida pela faculdade do que pelo tédio.
A grande novidade é que nem eu me aguento mais. Nem eu aguento mais minhas chatices pra selecionar pessoas, nem essa mania de pensar em como vou morrer se ainda estou nascendo. Ninguém aguenta, nem meus santos. Se eu pudesse pedir alguma coisa nesse momento seria autocontrole. Queria controlar minhas atitudes, meu jeito, minhas vontades. Quando vi já falei, quando pensei já senti, quando senti já agi. Isso está errado. Como é isso, agora? Eu não me mando? Eu nem sei que queria escrever isso... Acho que tem outra pessoa morando dentro de mim.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
To caçando tu.

Hoje eu esperei uma ligação. É, eu esperei, pode rir.
Acho que é porque eu ando sozinha e pensar sozinha é tão chato. Bom ter você pra pensar comigo às vezes. Senti falta de pensar contigo hoje. Por onde você anda? Desistiu né?
Daquela história toda... Da nossa resenha estúpida.
Por favor, não leve a mal, é que a tpm me invade, a carência sobre a qual a gente já conversou algumas vezes. Sou pisciana, isso acaba comigo. Maldito sentimentalismo. Maldita mania de precisar de ombro amigo. Precisava do seu ombro... Falta um lugar pra deitar a cabeça e deixar as ideias rolares em paz. Na verdade, acho que nada ta rolando pela minha cabeça hoje, só o fato de você sumir. É, você sumiu... Queria saber onde você está... Acho que é só isso mesmo.
Eu to meio down e você não ta me ouvindo.. Isso que ta me incomodando. To mal acostumada... Ninguém mandou me dar moral.
Quer a verdade? Eu queria ficar nesse frio contigo. É, eu sempre espero você falar "Estou indo praí." Isso não acontece... A gente não tem nada... Ta certo então. Mas poxa, é só carência.
E quando eu mais queria aquela risada engraçada pra dar nenhum sentido pro meu dia, você some. Não some mais, ta? Porque eu ia te chamar pra deitar aqui do lado, contar as estrelas do teto, fazer cosquinhas, qualquer coisa, e aí você sumiu... Assim... De repente.
Vê se avisa: " Ó, hoje eu vou sumir, não pira. "
Porque ai eu não piro, é um sumiço avisado. Mas você não fala, não aparece, não da um bom dia e eu fico totalmente tonta caçando qualquer coisa sem nexo por aí, quando na verdade eu to caçando tu. To caçando tu. Quero conversar, vem.
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Humanos, leiam com atenção.

Oi.
É, é desse jeito esgotado que vou começar essa carta: “Oi”.
Há algum tempo parei para observar os corações. Corações uma ova, cérebros. Cérebros que se provaram incompetentes e apressados, dramáticos e desesperados, suicidas e enlouquecidos. Então, comecei a procurar onde eu estava errando. Se depois de anos de pesquisa e estudo para ingressar na minha carreira, depois de tantas especializações e testes falhos e bem sucedidos, depois de ouvir tanta gente reclamando de mim e ser motivo de alegria para outros, passei a ter algumas experiências profissionais realmente estressantes.
Olha, isso já foi mais fácil, se me permitem dizer. Mesmo nas épocas mais dramáticas da história, onde pessoas morriam por seus amores, ficavam juntas o resto da vida, ou simplesmente quando eu ia embora e deixava cada um calado com sua dor, era mais fácil. Fazia o que devia ser feito e ia embora, ou ficava se visse potencial no ambiente onde estava instalado, mas hoje... Ando tão confuso por aí.
Não, eu não estou confuso. Sou o bom e velho de guerra de sempre, tenho meus defeitos, as vezes acabo caindo no lugar errado porque nem sempre minhas intuições dão certo, faço lá minhas burradas e algumas pessoas acabam querendo nunca mais ouvir falar de mim, mas depois de muitas tentativas, sempre acerto com cada um, por isso, peço que os verdadeiros confusos da história não me culpem.
Arrumo o lugar, chego de manhã, não faço barulho, faço questão de que tudo esteja em ordem para que eu comece o trabalho. De início, tudo bem, sou bem aceito, bem recebido, às vezes com dúvidas, mas não tem jeito, porque quando eu encontro um lugar para ficar eu fico e pronto. Quando estou bem instalado deixo que tudo aconteça da melhor forma possível, tento não causar problemas, juro, faço o possível, mas os seres humanos são loucos. Justamente quando tudo deveria estar bem, quando todos deveriam estar satisfeitos, curtindo o momento, eles arrumam motivos e discutem a minha existência, fazem de mim a maior razão de seus problemas, não do que realmente sou: solução.
Sou a solução de doenças, lavo a alma das pessoas deixando-as mas felizes, leves e abertas para a poesia da vida, confesso que sou motivo de distrações e deixo-as um pouco “tontas” e bobas, mas certamente felizes.
Ultimamente, as pessoas me veem como ameaça, causador de problemas, crises emocionais e quando tento me aproximar elas se fecham, se retraem e me impedem de agir.
Peço aqui, então, que parem de me culpar e olhem vocês para as suas ações, observem o que vocês fazem comigo, analisem de uma vez por todas quem é o verdadeiro culpado pela minha lenta extinção, pela minha falta, por todos os erros de suas vidas. Peço que cuidem de mim, que aproveitem-me, que vivam-me, deixem que eu os mostre a melhor sensação de suas vidas. Sem pressões, sem forçar-me, sem estrangular-me e me maldizerem.
Quero apenas estar e permanecer, basta vocês deixarem.
Grande abraço,
Amor.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
De vez em quando

É tão certo, se encaixa, me desconcerta, mas me deixa leve. Que as águas me levem, que você me leve pra onde quiser.
O acordo é esse: Você é meu e eu sou sua, mas só às vezes e a gente brinca de ser feliz, de mágica, finge que a vida é simples, eu não me importo, você não se importa e acho que assim a gente vai se divertir. Jura pra mim que esse também é o melhor dia da sua vida e que quer fazer isso mais vezes, vamos, vamos fazer isso às vezes... Aí você pode passar chocolate no meu rosto, me jogar na piscina, bagunçar meu cabelo, apertar minhas gorduras, me prender no seu abraço e dizer que não vai me soltar nunca mais. Não solta, não solta, por favor, não solta.
Parece que a gente nasceu um pro outro. Digo, um pro outro de vez em quando, porque isso não é amor e a gente sabe que só amor suporta as dificuldades de um dia após o outro, deixa a parte chata pro amor, deixa a burocracia, a ditadura, a papelada pro amor, isso é tão bom, tão bom que não pode virar... Não vai virar de jeito nenhum. Vamos viver essa coisa aí que a gente tem... Esse nosso “De vez em quando”.
Será sempre como na primeira vez, sempre. O sorriso largo de quem gostou da novidade, o frio na barriga de quem vai pular de bungee jumping, o arrepio que só te dá nos dias frios ou quando você vê algo que te emociona, nunca vamos perder isso. O que nos mantém vivos, o que nos fortalece a cada “de vez em quando” que a gente tem. Eu nunca gostei tanto de esperar.
sábado, 21 de janeiro de 2012
Nem vi.

Nem vi quando o lugar ficou cinza de fumaça daqueles trecos que colocam nos palcos de artistas que não tem tanto talento só pra confundir as pessoas da plateia, deixar doidão, sei lá, mas ficou cinza e eu lá dançando. Nem me lembro de quando abri o olho, só vi outros olhos que me fitavam. Fiquei com vergonha por achar que eles me achavam totalmente idiota. Arregalei os meus, puxei um chumaço de cabelo pra frente do rosto pra ver se me escondia, pra ver se me tronava invisível ou qualquer coisa, abaixei a cabeça e fui andando pro lado oposto pra onde o homem com os belos olhos e barba estava.
Tão vermelha. Maldita pele branca, maldito cabelo ruivo, malditas sardas, maldita mania de ligar pra opinião alheia, praguejei-me. Nem via as pessoas direito por causa das luzes que estavam me deixando louca e cega, muito menos vi a mão tocando meu ombro, só senti.
Maldita vergonha. Não virei, continuei andando puxando o cabelo pra frente do rosto pra ver se ninguém olhava. Ninguém ia olhar. Parei de sentir a mão, mas alguns passos depois lá estava o homem de barba. Bela barba, belos olhos, maldita mania de perseguição.
O som não se propaga no vácuo, então só vi a boca mexendo “ASHDAVBALÇBSA” tentou dizer e sorriu. Parei com cara de idiota e a expressão dele fechou, mais ou menos como acontece quando você percebe que fez alguma coisa obviamente estúpida. A mão se esticou pra mim tentando pegar nas minhas. Belas mãos. Eu olhei e rezei pra que não me puxasse pra dançar e zombasse de mim, mas elas me levaram pra algum lugar onde não havia mais música.
Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii... Meu ouvido apitou, enfiei os dedos pra ver se melhorava, detesto essa sensação de “pi”. Abri os olhos de novo e o homem dos olhos, da barba, das mãos me olhava também. Esperei uma reação. Nada. Bela expressão de nada. Mas então ele encheu os pulmões de ar como se não respirasse há um século (ele parecia estranhamente feliz por isso) e falou - Oi.
Depois tantos e tantos “ois”. Bela voz. Ótimos discos ele tinha, colecionava vinis. Às vezes citava pra mim versos de Pablo Neruda, poucas vezes suspirei por poucas palavras. Era um homem de barba e de poucas palavras, mas sua barba me roçando a nuca de manhã me dizia coisas que nem todas as palavras conseguiriam explicar. Maldita mania de lembrar.
Nos dias nublados quando eu botava um dos discos pra tocar e dançava sozinha pela sala e ele sentado me olhando. Já disse que tinha belos olhos? Lindos olhos imperdíveis, inesquecíveis.
Nem notei quando o lugar se encheu de fumaça e eu perdi os olhos que me fitavam.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Futuro indicativo.

Vida, pode separar aquele lugarzinho que eu escolhi um dia num sonho qualquer, que eu estou chegando. Vai arrumando todos os cantos, todas as pinturas, a decoração, as flores nos vasos diferentes do jeito que eu quis, do jeito que eu sempre soube que será. Que será.
Abre as janelas, as cortinas, deixa o sol entrar em casa e iluminar o meu espaço, meu lugar, meu futuro que será. Faz um chá quente, bota uma música, algo sobre o Rio de Janeiro ou sobre os milhares de lugares que eu vou algum dia nesse mundo ou fora dele, não importa.
Arruma pra mim os livros nas prateleiras e deixa um jogado por aí, o melhor deles.
Uma tarde, o vento entrando, tudo tão tranquilo que eu posso chamar de meu. Minha paz.
Pleno prazer de estar, de ir e de voltar também. Onde tudo será gerado com muito carinho, com muita paciência e qualidade porque de enlatados o mundo já está cheio.
E há de ter tempo no lugar onde isso é apenas um detalhe, sem medo de morrer ou de passar, envelhecer e ver as nossas crianças correndo pro mundo deles, pra ganhar o deles... Mas isso é pra depois. Agora um café que eu mesma fiz, um incenso, um filme e depois talvez um livro... Quem sabe o meu.
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Você comprou um circo.

Então vou te dizer... Você comprou um circo.
Tem palhaço, brincadeiras, trapezistas, animais exóticos e na maior parte do tempo até que é divertido. Tem muita música, algodão doce e as pessoas são sempre felizes. Até o fim.
Porque chega uma hora em que o circo vai embora. As pessoas se cansam, né? Ninguém mais visita, se cansam das mesmas atrações e então ele tem que partir.
Tem que partir sem você, querido. Sabe por quê? Porque o circo não tem dono, não tem lugar, não existe para a alegria de um só, o circo encanta, mas precisa de plateia, precisa de aplausos, de sorrisos novos para se sentir querido e admirado.
Mesmo se você disser “Eu ficarei” ele sempre se vai.
Não chore quando ele se for. Não chore, não é culpa dele. O circo é livre, é vida, ninguém prende a vida. Mas veja bem, você pode visitar de vez em quando, em cidades desconhecidas, no meio de tanta gente nova e sorridente, pra tentar sentir de novo o que sentiu quando o circo chegou aí no seu coração e te encheu de esperança.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Onde moram os sorrisos

Lá estavam as estrelas, exatamente no lugar onde deveriam estar, olhando, sorrindo e dizendo “Essa menina é uma boba”. E eu também estava lá, exatamente no lugar onde deveria estar, olhando, sorrindo e pedindo pra nunca mais voltar.
Me deixe ficar que eu prometo que todos os dias serão mágicos, que todas as palavras serão puras e os defeitos não existirão. Deixa eu te abraçar, passar a mão nos seus cabelos e sentir a sensação de liberdade que eu não me lembrava há muito tempo.
Me empresta o teu sorriso que eu faço dele o meu mundo, faço meu escudo pras maldades que eu insisto em esquecer quando eu te vejo. Me dê agora as suas mãos que eu faço delas meu refúgio, eu diminuo para nelas caber, pra ficar mais perto de você e para que me carregues para onde desejar.
Eu juro que eu volto, um dia desses, qualquer semana pra reavivar o que há dentro de nós, pra que gente se lembre de como voar é bom, não deixar que os nossos corações esqueçam como é sentir a plenitude de um dos sentimentos mais bonitos.
sábado, 7 de janeiro de 2012
Estação das flores

Nós sentiremos o cheiro das flores e então saberemos que tudo está em seu devido lugar do jeito que era há alguns anos atrás quando eu acordava e me forçava a abrir a janela e via o quanto tudo estava incrível.
É a estação das flores, amor.
A nossa estação voltou pra relembrar a gente do tempo perdido, dos sorrisos esquecidos e gritar pra gente que de agora em diante o mundo é nosso e só nós cabe ser feliz e não estragar tudo. Por favor, não vamos estragar tudo.
Estamos com a faca e o queijo, a mala na mão e a um passo da liberdade.
Vamos fazer certo e esquecer os problemas porque a vida já anda tão difícil.
Então agora vamos mostrar pra todo mundo como se faz a vida, vamos mostrar que somos diferentes e que não devemos nada pra ninguém, se alguém criticar a gente ri na cara deles e diz que pra nós a vida é sempre uma festa e tudo é sempre lindo e dane-se o pessimismo porque vai dar tudo certo.
Vai dar tudo certo sim, porque nós somos pessoas de verdade, criadas para viver de verdade, ser feliz de verdade. Pessoas de verdade que não se preocupam com tantas coisas e sabem administrar uma vida mais interessante, menos estressante. Somos pessoas relax e amamos a estação das flores porque tudo dá certo quando chega essa época.
Olha só, o ano é par e par da sorte, nós somos um par, vamos fazer nossa sorte, somos sortudos os dois: Eu por ser otimista e maluca e você por ser realista e pé no chão.
Eu te ensino a voar e você me trás de volta quando eu esquecer como se faz.