terça-feira, 25 de setembro de 2012

Dois dias


  Em dois dias. Repito pra mim umas quinhentas vezes como louca. Em dois dias, amor. Falta pouco e eu tenho tanto a fazer. Se ao menos eu conseguisse pensar. Dois dias e tudo estará azul, verde, cinza, porque ainda não sei bem qual é a cor. Todas lindas e independentes das estações, gosto de todas. Depois de todos esses anos. Milhões de coisas pra digitar. Estou odiando digitar sem um afago teu. Preciso que alguém me interrompa e peça café.  Alguém pelo amor de Deus me peça uma porra de um café.  Não dá mais pra forçar criatividade, estou um poço seco. Em dois dias. Em dois dias tudo volta ao normal, respira. Respira e a arruma as plantas. Aspira o pó da casa. Aproveita e aspira a saudade também.  Deveria ter virado secretária, ou qualquer coisa assim. Onde eu enfio a aflição quando precisar de criatividade? Já li todos os livros da estante.  Foge que eu te encontro que eu já tenho asa . Nunca é bom se você volta. Cansei de te ver voltar e rezar pra mim mesma. Em dois dias, só dois. Só nós dois, de novo.  As folhas voam com o vento. Mas estava tudo uma bela porcaria mesmo. Que voem. Que vão pro inferno.  Ainda tem essa chuva. Essa chuva fina e irritante berrando no meu ouvido pra que eu me enfie na cama e me esconda dos meus medos. Mas saiba que eu não vou.  Não fujo de ti, amor. Não fujo do medo de te perder  e não te enlouqueço com a minha dependência.  Em dois dias e eu me acostumo. Prometo.  É que eu não presto sozinha. Eu não presto sem ti.


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