Em dois dias. Repito pra mim umas quinhentas vezes como
louca. Em dois dias, amor. Falta pouco e eu tenho tanto a fazer. Se ao menos eu
conseguisse pensar. Dois dias e tudo estará azul, verde, cinza, porque ainda
não sei bem qual é a cor. Todas lindas e independentes das estações, gosto de
todas. Depois de todos esses anos. Milhões de coisas pra digitar. Estou odiando
digitar sem um afago teu. Preciso que alguém me interrompa e peça café. Alguém pelo amor de Deus me peça uma porra de
um café. Não dá mais pra forçar
criatividade, estou um poço seco. Em dois dias. Em dois dias tudo volta ao
normal, respira. Respira e a arruma as plantas. Aspira o pó da casa. Aproveita
e aspira a saudade também. Deveria ter
virado secretária, ou qualquer coisa assim. Onde eu enfio a aflição quando
precisar de criatividade? Já li todos os livros da estante. “Foge que eu te encontro que eu já tenho asa” . Nunca é
bom se você volta. Cansei de te ver voltar e rezar pra mim mesma. Em dois dias,
só dois. Só nós dois, de novo. As folhas
voam com o vento. Mas estava tudo uma bela porcaria mesmo. Que voem. Que vão
pro inferno. Ainda tem essa chuva. Essa
chuva fina e irritante berrando no meu ouvido pra que eu me enfie na cama e me
esconda dos meus medos. Mas saiba que eu não vou. Não fujo de ti, amor. Não fujo do medo de te
perder e não te enlouqueço com a minha
dependência. Em dois dias e eu me
acostumo. Prometo. É que eu não presto
sozinha. Eu não presto sem ti.
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