quarta-feira, 25 de abril de 2012


Olha a flor que eu trouxe da feira hoje, passei e resolvi comprar. Eu sei que tu não gostas dessa cor, mas dá uma vida pra nossa casa... Cê não acha? Tava precisando de uma cor. Eu sei, que cor a gente tem de sobra, mas eu sinto sua falta. É tanto tempo fora, as horas vazias, os dias quebrados, o café esfria e você sabe que eu trabalho em casa enquanto tu não chega, que eu escrevo o tempo, os nossos sonhos, os nossos minutos contados... Enquanto você não chega eu escrevo pra viver o meu tempo sem ti. Mas você precisa saber, tem um pedaço de ti comigo, um pedacinho de nós dois que cresce junto com o nosso amor de períodos. Se quiser, se não gostar, eu jogo fora, eu sei que tu não gosta dessa cor, sei que gosta da gente e só. Mas o silêncio da nossa estante mal terminada me agride. Vejo palavras enquanto tu não vens, faltam risos, um olhar de carinho, um abraço, um beijo de boa noite, alguém pra cuidar, um barulhinho que incomoda mas ajuda porque esconde o silêncio e esse sim é terrível, até agradeço quando chove. Ele é tão teu. Se tiver seus olhos não vou me sentir tão sozinha, vai pintar de azul a minha vida e ouvir minhas bobagens, rir da minha cara, aceitar meus erros como tu aceitas, mas vai ter você – que sorte dele – pra aprender a acertar. Dá pra dividir esse amor em dois, porque é tanto que até sobra. Então toma a metade pra ti e começa a dividir o teu também, porque daqui a pouco chega alguém pra completar no nosso lar, aí eu tiro a flor.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

(...) Nossos filhos, nossa casa, nós dois.


Eu ainda sinto o seu rosto, eu ainda sinto
você nos meus braços

Nossa casa.

Me leva pra qualquer lugar.


Pois mesmo sóbrio, me entrego fácil.
Mas custa pra admitir.

Sei que de um pouco de amparo eu me
refaço


Não é normal mas a gente continua.

Me lembro bem, um corpo em pleno
retrocesso.

Eu ainda sinto sua ausência, eu ainda
sinto você nos meus braços.


E a agonia de ficar sempre assim?



Me leva pra qualquer lugar.
Pois mesmo sóbrio, me entrego fácil. Mas custa pra admitir.

Nossos filhos, Nossa casa..



Nós dois, também.
Sozinhos.


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Perdoa.


Perdoa. A moça não sabe o que faz. Se embola, se perde e tomba em seus próprios pés. Ainda assim faz de tudo pra te ver feliz. Sorri que o mundo dela realiza um cantinho pra vocês em qualquer lugar que a vida seja dois. Vai com ela pro fundo do amor inventado, baseado no “será”.
Perdoa, por favor. Isso é medo de início, do “não ser” que ela sonhou, do não poder estar aí quando a certeza ressurgir, quando a verdade se fundir e a beleza habitar. Habitante do coração da moça, vai que ela arrumou sua cama, preparou um café e te espera com os erros que nunca poderá se desfazer, mas que deixaria por você, então deixa ela tentar.
Porque a razão disto ser é a única coisa que ela sabe, então perdoa a arrogância desse amor predestinado, que ela promete esquecer o passado e construir um agora completo e mais real, porque tem que ser verdade, se não for a gente inventa, eu invento pra vocês.
Não deixa essa história se perder nos defeitos de uma moça que encontrou o único motivo para ser alguém melhor, melhor só pra você.