sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Chuva.




Saio de casa no exato momento em que o mundo decide cair.
Chuva. Muita chuva. Mas eu não ligo.
As pessoas parecem desesperadas. Ninguém lembrou de levar o guarda-chuva, pelo visto.
Mas não adiantaria. Até eu resolvi fechar o meu de flores velhas de gente velha.
Então caminho na chuva.
Ando rindo do rosto de medo das pessoas.
Das pessoas esbarrando em mim com pressa de chegar em casa.
Eu rio mais. Então todo mundo começa achar que eu sou louca.
Não ligo por estar encharcada, nem pelo meu cabelo estar um desastre, nem pros meus sapatos novos estarem cheios de água e meus dedos murchos.
As pessoas se preocupam com a chuva porque são feitas de açúcar.
Começam a derreter.
Eu penso “Estou orgulhosa de você, Carol!”
A sensação de que eu correria o mundo nessa chuva se fosse por você é única.
Eu correria até sua casa, mas volto pra minha.
Olho o sol voltando aos poucos.
Os sorrisos voltando aos rostos.
E eu voltando pra ti.

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