segunda-feira, 19 de março de 2012

Infinito de nós.



Paredes brancas, vazias, manifestações internas inexistentes que sufocam mais que qualquer sentimento de tristeza. Gritar e ouvir a própria voz, ninguém te responde. Ecoa a solidão. 
É uma dimensão entre raiva, saudade e paz, como se nunca tivéssemos existido, mas como se antes de haver um "nós", antes de mim, já houvesse um você pra mim, tão meu. Em algum lugar. 

 
Antes de ti milhões de músicas procuravam efeitos. E eis que surge no vácuo uma nota, um pequeno detalhe não conhecido, me toca, desbancando qualquer lei da física dos corações.
Enquanto abria os olhos para o mundo e reconhecia os cheiros, os gostos, você ralava os joelhos se sujando na terra e aprendia que cair dói, cair de amor também. Quando eu via um inseto e analisava suas pernas minúsculas você inventava que era um gigante maior que o infinito, infinito da nossa essência não descoberta, mas que se faz mais real do que a vida quando nos encontramos.

 
Quando enfim nascemos.

 
Naquele dia estávamos nós, nascendo um do outro, um pelo outro, provenientes de um amor que não teve um começo, mas esteve à espera tardia do primeiro passo, para iniciar e invadir de cores e formas a nossa parede branca que revestia os corações de nada.

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